Chegou ao fim a primeira volta da Liga Sagres, com o F. C. Porto a garantir, ao "sprint", a liderança na viragem da prova. Num campeonato que se tem regido pelo equilíbrio, o realce vai para a excelente campanha do Leixões, que tem deixado de boca aberta quer os portugueses, quer os adeptos de todo o mundo, tal tem sido a mediatização da prestação dos matosinhenses.

Uma das regras dos últimos campeonatos foi cumprida: o F. C. Porto entra na segunda parte do campeonato na liderança da tabela classificativa, quando as probabilidades de tal suceder eram diminutas à entrada da 15ª jornada (o F. C. Porto era terceiro, ou seja dependia directamente de dois resultados para chegar ao primeiro posto). A verdade é os portistas conseguiram vencer em Braga, e viram Benfica e Sporting empatarem os seus jogos. Consequência disso mesmo, mais uma mudança de líder.

As trocas no topo da classificação têm sido constantes esta temporada, com "dragões" e "águias" a serem figuras principais desta luta. O Sporting, apesar de mostrar ser o mais consistente dos concorrentes ao título, não tem conseguido chegar ao cume da classificação, desperdiçando, até ao momento, todas as chances que lhe têm surgido no calendário.

Quanto ao Benfica, tarda em estabilizar na Liga, depois de já ter caído na Taça de Portugal e Taça UEFA. Nomes sonantes como Reyes, Aimar ou Suazo têm sido insuficientes para levar o clube da Luz a bom porto, sendo notória a falta de intimidade entre os protagonistas encarnados e o sistema táctico adoptado pelo espanhol Quique Flores.

Como principal surpresa da primeira volta do campeonato, temos o Leixões, que está num brilhante quarto posto. Agora sem a sua principal figura, Wesley (saiu para o Vaslui), José Mota terá de encontrar um novo timoneiro ofensivo, parecendo que Chumbinho poderá ser um sucessor à altura.

Destaque ainda, pela positiva, para o Sporting de Braga, não só pelo bom campeonato que vem fazendo, mas também pela excelente campanha europeia que vem protagonizando, onde irá defrontar o Standard Liége para os oitavos-de-final da Taça UEFA. Jorge Jesus está a realizar, mais uma vez, um grande trabalho, desta feita à frente do clube minhoto.

Já o vizinho, e ríval, V. Guimarães, tem estado aquém das expectativas, muito por culpa da precoce eliminação das competições europeias, que retirou muito do entusiasmo minhoto para esta épcoa. Se a isso juntar-mos uma deficiente planificação do plantel, por parte de Manuel Cajuda, então temos todas as razões para o fracasso vimaranense vivído até aqui.

Quanto à luta pela permanência, o final da primeira volta mostrou uma enorme competitividade, entre inúmeros clubes, neste ponto. Trofense, Belenenses, Rio Ave, Paços de Ferreira e V. Setúbal têm protagonizado uma competição interessante no fundo da tabela, para gaúdio de quem apenas gosta de assistir a um campeonato equilibrado, do início ao fim.