A tarde nem adivinhava grandes emoções. O cardápio futebolístico não tinha atrações de maior, e aquilo que queria mesmo era que as horas passassem. O PSG cumpriu os serviços mínimos contra o Amiens (2-0), a nossa Supertaça ainda estava a três horas de distância, e o relógio teimava em rolar sem grandes pressas.
Ler seria um excelente passatempo, só que a televisão lá anunciou um Lyon-Strasbourg, e decidi dar-lhe uma oportunidade. "Este é o Lyon do Anthony Lopes e do Marçal", lembrei, mas aquilo que queria realmente perceber era a forma que o clube encontrou para superar as perdas de Tolisso e Lacazette, que saíram para o Bayern e o Arsenal, respetivamente.
No meio-campo, lá estava Darder, o mesmo que foi falado para substituir Moutinho no FC Porto, há uns tempos. A sua intensidade ajuda numa equipa fraquinha a defender e de forte tração à frente.
Rafael e Marçal dão corda nos flancos, mas foi no ataque que fiquei vidrado. Fekir com a braçadeira, qual Juninho Pernambucano, é o cérebro, e dá ordem aos caóticos Depay, Traoré e Mariano. Que tripla!
Depay até começou por desapontar, mas Traoré abusa. Sempre com a bola colada ao pé esquerdo, faz o que quer dela, sem perder o sentido de baliza. No meio, Mariano, aquele "bicho" que qualquer adepto gosta de ver jogar. Quando inventou o 1-0, já sangrava da cabeça, a imagem perfeita de um matador poderoso.
Entretanto, pedem para mudar para o Bayern Munique-Borussia Dortmund. Deixo Lyon a pensar: e se estes miúdos jogarem juntos dois ou três anos?
Na França do príncipe Neymar, só uma hecatombe impedirá o PSG de recuperar o título, mas o futebol destes meninos vai dar muito que falar. Sinto-o.
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