Para lá da enorme qualidade e dos golos que um marcou e outro continua a festejar, Fabrizio Miccoli e Salvio têm em comum o facto de terem chegado ao Benfica por empréstimo, tendo os 'encarnados' em ambos os casos fixado uma cláusula de compra no final da cedência temporária. Na situação do italiano, a direcção liderada por Luís Filipe Vieira optou por não adquirir o seu passe à Juventus, faltando saber qual a tomada de posição relativamente ao extremo argentino, que está contratualmente ligado ao Atlético de Madrid.

Em 2007, no final de uma época em que o Benfica foi 3.º classificado da 1.ª Liga, discutiu-se de forma intensiva o futuro de Fabrizio Miccoli, avançado que estava cedido pela Juventus ao clube lisboeta. Pequeno no tamanho mas de uma qualidade enorme, o italiano cedo se afirmou como uma certeza da equipa 'encarnada', sendo um dos preferidos dos adeptos. Primeiro com Ronald Koeman e depois com Fernando Santos, Miccoli foi sempre primeira escolha para os técnicos com quem trabalhou na Luz, sinónimo do seu talento abundante. Porém, e apesar de existir uma cláusula avaliada em 8 milhões de euros para a compra do 'Bombardeiro', o Benfica optou por não avançar para a aquisição do italiano, que acabou por seguir para o Palermo. O preço definido pela Juventus e os elevados salários que auferia foram os principais obstáculos apontados pelo responsáveis 'encarnados' para a não execução do negócio, tendo o Benfica nesse mesmo defeso contratado a sua principal referência atacante da actualidade, Óscar Cardozo.

Quatro anos depois de Miccoli, é a vez de Salvio estar envolvido numa situação semelhante, se bem que com contornos distintos. O passe do jovem argentino, que é uma das principais figuras da equipa de Jorge Jesus, está avaliado em 15 milhões de euros, sendo que 20% deste valor já foi pago pelo clube da Luz quando garantiu o empréstimo de 'El Toto'. Para além disso, o Atlético de Madrid, emblema que detém os direitos desportivos sobre o jogador, já manifestou a intenção de reaver o extremo na próxima temporada, desejo que ganhou ainda mais força depois da saída de Simão Sabrosa para o Besiktas. Tal como no caso de Miccoli, os elevados salários auferidos por Salvio poderão ser um entrave para um possível acordo, cabendo agora aos dirigentes 'encarnados' tomar uma decisão sobre o futuro do argentino na Luz. O prazo expira no final da temporada.