Uma final com pronúncia

17:20

"É a pronúncia do Norte. Somos o povo mais forte". Estas palavras, cantadas vezes sem conta por Rui Reininho, servem para legendar as meias-finais da Liga Europa, que resultaram numa inédita final lusa, entre FC Porto e Sp. Braga. E se no caso dos azuis e brancos é um regresso à decisão da segunda prova da UEFA, para os arsenalistas será a estreia. Dublin é a última etapa de uma caminhada que, seja qual for o vencedor, serviu para vincar a posição de Portugal no mapa do futebol europeu.
A primeira-mão das semifinais deixaram antever uma partida em Braga com uma carga emocional muito forte. Detentor de uma vantagem magra (2-1) trazida do Estádio da Luz, o Benfica acabou por ser encurralado pelos bracarenses numa Pedreira a ferver. O sonho arsenalista começou a ganhar forma quando Custódio, na sequência de um pontapé de canto, deixou a equipa da casa na frente do marcador. Estava conseguido o objectivo do Sp. Braga, até porque, em vantagem na eliminatória, os comandados de Domingos Paciência foram iguais a si próprios. Pacientes na gestão na bola e rigorosos na defesa, os 'Guerreiros do Minho' não deixaram o epiteto em mãos alheias, superando todas as provas que o ataque benfiquista colocou. Artur foi um gigante na baliza e, quando não estava lá o brasileiro, eram os postes ou os defesas bracarenses a impedirem o golo dos encarnados. Jorge Jesus arriscou na busca do golo do apuramento mas a história da eliminatória estava traçada. E não fosse a eficiência do mal-amado Roberto nos minutos finais, a vitória arsenalista poderia ter sido mais expressiva.
E se em Braga foi necessário esperar até ao apito final de Martin Atkinson para se conhecer um dos finalistas da prova, em Vila-Real o FC Porto cedo colocou um ponto final na questão. Ainda assim, os dragões não se livraram de vários sustos no arranque do desafio, valendo ao conjunto português o guardião Hélton. Porém, o brasileiro nada pôde fazer quando Cani, aos 17', inaugurou o marcador. A missão continuava complicada para o Villarreal e ficou praticamente impossível quando Hulk, num lance feliz, empatou o desafio. No arranque do segundo tempo, Falcao fechou a eliminatória e tornou-se no maior goleador, numa só época, em provas europeias, ultrapassando o registo de 15 golos de Jurgen Klinsmann (Bayern Munique). Só que o 'Submarino Amarelo' não quis afundar na despedida das competições europeias e conseguiria mesmo impor a primeira derrota fora de portas dos dragões na presente edição da Liga Europa. Capdevilla e Rossi, este de grande penalidade, ofereceram a vitória aos adeptos espanhóis, que responderam com muitos aplausos e uma bonita festa no final da partida.
A linha da meta da competição está em Dublin, onde FC Porto e Sp. Braga discutem o troféu. André Villas-Boas procura repetir o êxito de José Mourinho em 2003, enquanto Domingos Paciência pretende levar os arsenalistas a uma inédita conquista continental.

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