Longe vão os tempos em que o Estados Unidos da América eram vistos, exclusivamente, como o último passo antes da reforma dos craques da bola. Ainda existem alguns exemplos, como David Villa, Kaká, Didier Drogba, Andrea Pirlo ou Steven Gerrard, mas outros há que veem na MLS um trampolim para alcançarem o sonho europeu.

O sportinguista Montero é um exemplo disso, mas Giovinco é o expoente máximo deste novo paradigma. Eterna esperança do futebol italiano, a "Formiga Atómica" nunca se conseguiu impor na Juventus, clube onde se formou.

Vagueou pelo Empoli e pelo Parma, onde viveu os seus melhores momentos na Serie A. Sem espaço na Vecchia Signora, Giovinco decidiu dar um novo rumo à carreira. Com mercado na Europa, mas fora do radar dos colossos, o avançado optou por emigrar...para o Canadá.

Assinou pelo Toronto FC, por quatro temporadas, uma decisão que surpreendeu meio mundo. Claro que tornar-se no italiano mais bem pago da atualidade (8,5 milhões de euros por ano) compensaria, desde logo, o risco, mas, mais do que isso, Giovinco quis mostrar que não estava acabado para o futebol.

Logo na apresentação, referiu que "queria encontrar uma cidade e uma equipa que, desde o primeiro dia, mostrasse que me queria, tal como o Toronto FC tem feito". O italiano, de 28 anos, retribuiu o carinho com uma temporada arrasadora. Foi o melhor marcador do campeonato, com 22 golos, alguns dos quais verdadeiramente incríveis. Fez ainda 16 assistências, registo que lhe valeu o prémio de Novato do Ano da MLS. O atacante está, igualmente, nomeado para Jogador do Ano, cujo vencedor será conhecido a 2 de dezembro.

Uma época em grande estilo bastou para que os grandes da Europa voltassem a perguntar por Giovinco. Especula-se que o Barcelona, impressionado com os números do italiano em Toronto, pretende contratá-lo já em janeiro.

Seja qual for o seu próximo passo, Sebastian Giovinco alcançou, na extravagante MLS, aquilo a que se propôs: mostrou que o futebol ainda é o seu mundo, e que os dotes que fizeram dele uma das promessas do futebol mundial continuam intactos. Viveu o sonho americano, em que uma oportunidade pode valer ouro.

Fotografia: soccerazo.com