Há 14 anos Bergkamp fazia história

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Para os mais nostálgicos do mundo da bola, ver Dennis Bergkamp rodopiar sobre Dabizas e bater Shay Given é um momento que cabe em qualquer compilação dos melhores golos da história do jogo. Os adeptos do Arsenal foram mais longe, e elegeram-no como o melhor golo de sempre do clube.

Precisamente 14 anos depois, o gesto que deixou o St. James Park de boca aberta perdura no imaginário dos amantes do desporto rei. Decorria o minuto 11 do duelo entre Newcastle e Arsenal, a contar para a Premier League. Robert Pires descobriu Bergkamp, que com um toque subtil contornou Dabizas e, à saída de Given, encostou para o fundo das redes, com toda a classe que lhe é reconhecida.

Um movimento "inacreditável" para Arsène Wenger, que já na altura adivinhou: "Não irão ver muitos golos como este". De facto, este será sempre o golo de Bergkamp, que na sua autobiografia admitiu que "podia ter ido pela via mais segura", ou seja, "controlar a bola e jogar para trás". "Mas lembro-me que o defesa estava a aproximar-se de mim, e a intensidade com que a bola me foi passada ajudou", completou o antigo internacional holandês, que definiu o lance como uma espécie de "tudo ou nada" do seu jogo. "Todo o movimento foi perfeito. Podia ter corrido completamente mal, mas resultou", recordou o atual adjunto de Frank de Boer no Ajax.




Thierry Henry, que formou com Bergkamp uma das mais temíveis duplas de ataque em Inglaterra, considerou que a classe com que o holandês finalizou o lance, depois deixar o defesa completamente à deriva, é demonstrativa da "diferença entre os grandes jogadores e aqueles que apenas são normais"

E Bergkamp esforçou-se bastante para mostrar a todo o mundo o quão especial era. Ao longo da carreira, colecionou autênticas obras de arte. No Mundial de 1998, disputado em França, assinou, frente à Argentina, um dos momentos icónicos da história da prova, ao bater Roa após um trabalho individual incrível. "Foi o melhor golo da minha carreira", admitiu mais tarde.

Para o "perfecionista dos perfecionistas", que sempre se alimentou pela paixão que nutria pelo jogo, "tudo tinha que ser perfeito", confessou Henry, enquanto Patrick Vieira brinca com a obssessão do holandês: "Não ficaria surpreso se as suas roupas estejam sempre perfeitamente organizadas".

Fotografia: Direitos Reservados

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