Uma Copa muito lusa

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A edição 2016 da Copa América tem revelado o que de muito bom se faz nos relvados portugueses. A última madrugada deu à competição dois dos seus melhores golos, saídos do improviso de Velázquez e da imaginação de Corona.

Sema Velázquez, central do estratosférico Arouca, abriu o marcador do duelo entre Venezuela e México (1-1) com um remate acrobático. Chegado a Portugal proveniente do Mineros, o defesa, de 25 anos, cedo se impôs no eixo defensivo arouquense, formando com Hugo Basto uma das duplas mais seguras na primeira metada da Liga.

Porém, com a chegada de Jubal no mercado de inverno, Velázquez foi perdendo espaço, terminando a temporada no banco do Arouca. Esse facto não o riscou da convocatória venezuelana para a Copa América, mas poderá ter pesado na definição do onze inicial, já que Sema só se estreou na prova diante dos mexicanos, jornada em que "apenas" se jogava a liderança do Grupo C. O golo dar-lhe-á nova alma para o que resta da prova, e obrigará Rafael Dudamel, selecionador dos "Vintotinto", a olhar para ele com outros olhos.

Voltando a Houston, o resultado final ficaria selado num lance de génio de Corona. O avançado mexicano arrancou com a bola controlada a meio do meio-campo da Venezuela, ultrapassou vários adversários e finalizou com um remate forte e colocado.

O Tecatito, como é conhecido no mundo da bola, teve uma temporada de estreia intermitente no FC Porto. Oito golos na Liga não foram suficientes para convencer por completo os adeptos e os treinadores portistas. Basta lembrar que o mexicano terminou a época no banco, mas poucos duvidam de que o talento está lá. Dono de uma técnica desconcertante, é uma das promessas do futebol azteca, e também dos dragões, que já o amarraram para o arranque da próxima época, fechando as portas à sua participação nos Jogos Olímpicos.

Foram dois momentos de magia, que ajudam a comprovar o valor da Liga Portuguesa. Para além destes, o golo de Herrera (FC Porto) na jornada inaugural da Copa América, as assistências de Layún (FC Porto) e a garra de Raul Jiménez (Benfica) ajudaram o México a vencer o Grupo C.

Na ausência de Messi, Nico Gaitán (Benfica) foi um dos agitadores no ataque argentino, e Bryan Ruiz (Sporting) emprestou ao futebol da Costa Rica o mesmo perfume que deixou nos relvados portugueses. Apesar do afastamento prematuro do Uruguai, Maxi Pereira (FC Porto) esteve igual a si próprio, a lutar por cada bola como se fosse a última do jogo.

A grande deceção terá sido Jonas, refém de um sistema de jogo arcaico, longe de honrar um dos futebóis mais empolgantes da história do jogo.

Hoje, às 20 horas, Portugal estreia-se no Europeu. Até lá, os "portugueses" do nosso futebol vão mostrando a todo o mundo que a nossa Liga tem muitos e bons motivos de interesse.

Fotografia: Direitos Reservados

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