Lindelof a lateral? Esta terá sido a questão que muitos portugueses terão feito quando foi divulgado o onze sueco para enfrentar a Itália. Será uma mera solução de recurso ou uma aposta para manter? A exibição do jogador do Benfica deixou muitas pistas para responder a esta dúvida.

Privado do habitual titular no lado direito da defesa, Mickael Lustig, devido a problemas físicos, Erik Hamrén, selecionador sueco, optou por desviar Victor Lindelof para o flanco, juntando Johansson a Granqvist no eixo defensivo. 

No fundo, repetiu a fórmula que havia ensaiado na segunda parte da jornada inaugural do Grupo C, frente à Irlanda do Norte, mas, desta feita, o adversário era a sempre temível Itália, com outros valores e uma ideia de jogo totalmente distinta da irlandesa.

O jovem defesa do Benfica teve nota altíssima na primeira parte, beneficiando de uma Squadra Azzurra impotente, que não foi capaz de criar um único lance de perigo ao longo dos primeiros 45 minutos.

O cenário mudou radicalmente após o intervalo, e a exibição de Lindelof ressentiu-se bastante. Eder e, sobretudo, Giaccherini deixaram o sueco em constantes dificuldades. A natural propensão em fechar muito no meio abriu autênticas brechas junto à linha, aproveitadas pelos italianos para se acercarem com perigo da baliza de Isaksson.

Curiosamente, Lindelof sentiu mais dificuldades a defender do que a atacar. Nos lances ofensivos, nunca se coibiu de subir no terreno e conseguiu criar alguns desiquilíbrios na defesa italiana. Faltou mais qualidade a cruzar, natural num atleta pouco habituado a essas andanças.

Deverá, então, manter-se a aposta em Lindelof para lateral? Pelo que mostrou, só em casos de extrema necessidade, sobretudo por se tratar de um central com um potencial enorme, um valor seguro do futebol sueco e, por inerência, do Benfica. Não é à toa que PSG, Real Madrid e outros colossos europeus perguntaram pelo jovem central, de 21 anos, que em apenas meio ano se tornou indiscutível nas águias e na seleção nórdica.

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