Valeri, o craque da MLS que não vingou no FC Porto

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Contratação do Ano da Major League Soccer (MLS) em 2013, MVP da Liga norte-americana em 2015, ano em que ajudou os Portland Timbers a sagrarem-se campeões, e presença assídua no Onze do Ano da MLS. A vida corre bem ao argentino Diego Valeri, de 30 anos, considerado nas terras do Tio Sam como um dos melhores médios criativos da Liga. A história de sucesso de um jogador que passou discretamente pelo FC Porto, há sete anos, e que se reergueu nas Américas.

Em julho de 2009, aterrava, no Aeroporto Sá Carneiro, Diego Hernán Valeri, um jovem, de 23 anos, que se preparava para viver a primeira aventura fora do Lanús, que o cedeu aos Dragões por duas temporadas. Chegou como um perfeito desconhecido e assim partiu, apenas seis meses depois, para novo empréstimo, desta feita aos espanhóis do Almeria.

Disputou 12 jogos com a camisola azul e branca, com a qual conquistou uma Supertaça, mas nunca convenceu Jesualdo Ferreira. O que falhou? "O FC Porto tinha um plantel espetacular, e nunca encontrei a regularidade necessária", explicou Valeri, ao MaisFutebol, em 2011. A época complicada dos Dragões, que foram terceiros na Liga, também não ajudou, ao ponto de nem André Villas Boas lhe ter reconhecido qualidades para integrar o plantel portista da época seguinte, na qual os Dragões conquistaram a Supertaça, a Liga, a Taça de Portugal e a Liga Europa, e onde pontificavam, entre outros, João Moutinho, Freddy Guarín ou Raúl Meireles.

Valeri entendeu a decisão e regressou ao Lanús, onde reencontrou a felicidade. Ajudou o clube que lhe abriu as portas ao futebol a vencer o Torneio Abertura, em 2007, e voltou a dar nas vistas, ao ponto de ter sido chamado à seleção da Argentina, em 2011.

Recuperada a autoestima, Diego Valeri decidiu voltar a emigrar em 2013, desta feita para a MLS, uma liga em franco crescimento e, já nessa altura, recheada de estrelas. Portland foi a porta de entrada para um novo mundo, e o impacto do médio foi imediato. Quatro golos em 20 jogos foram suficientes para os responsáveis dos Timbers avançarem para a sua contratação definitiva, uma decisão acertada, ou não fosse Valeri uma das principais figuras da equipa.

Descrito como "um dos melhores médios criativos da MLS, com momentos de sublime classe", o argentino rapidamente se tornou num ídolo para os adeptos, que o elegeram Jogador do Ano em 2014. Na temporada seguinte, foi uma das peças fundamentais na conquista do título por parte dos Timbers, tendo apontado, na final do campeonato, diante do Colombus Crew (2-1), o golo mais rápido da história da MLS, logo aos 27 segundos.

Atualmente, continua a passear classe com a camisola dos Timbers. O seu mais recente feito ocorreu na madrugada de segunda-feira, quando ajudou, com dois golos, ambos de grande penalidade, e uma assistência, a virar um resultado negativo de 0-2 para 3-2, na receção aos Houston Dynamo. A reviravolta ficou selada com um penálti "à Panenka", já para lá do minuto 90, e ainda houve tempo para Valeri ser substituído e receber a ovação da plateia. Classe pura, portanto.

Fotografia: Direitos Reservados

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