E agora, sem Gomez?

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E agora, sem Gomez? Esta será a maior dúvida a pairar na mente de Joachim Low para o que falta jogar neste Europeu. A fase das decisões terá que ser jogada sem um ponta de lança de raiz, e pelo que se viu no arranque do torneio, o selecionador alemão tem razões para perder algumas horas de sono a pensar no assunto.

Após o nulo com a Polónia, na segunda jornada do Grupo C, escrevia sobre uma "Alemanha pouco alemã" que, até aí, vagueava pelos relvados franceses. A ausência de um homem de área na formação germânica transformava a Mannschaft numa equipa previsível e pouco objetiva, como que renegando as raízes do seu futebol.

Os alarmes soaram. Joachim Low deu a mão à palmatória, abdicou da aposta em Mario Goetze no eixo do ataque e promoveu à titularidade Mario Gomez, um 9 puro, que deu seguimento a uma linhagem de grandes goleadores da Alemanha.

O ponta de lança do Besiktas correspondeu com dois golos em três jogos, tornando-se no melhor marcador germânico no Euro de França. Mais importante do que isso, devolveu a identidade de sempre ao jogo alemão. O ataque fluiu como nunca antes neste torneio. É certo que Irlanda do Norte e Eslováquia não são propriamente tubarões, mas o caudal ofensivo da Mannschaft nestes dois encontros não deve ser ignorado.

Veio a Itália, as dificuldades aumentaram, mas Gomez manteve a preponderância no ataque alemão. Só uma defesa miraculosa do eterno Buffon lhe negou o golo, mas o pior veio a seguir. Uma lesão muscular na coxa direita tirou-o do jogo e do Europeu, deixando Joachim Low com um enorme problema para resolver.

As opções são várias, mas todas exigem a adaptação de um homem ao eixo do ataque, pois Gomez foi o único ponta de lança de raiz chamado para o Euro. A opção mais lógica será fazer regressar Goetze ao onze, sobretudo porque ela foi pensada, e testada, ao longo da preparação para este torneio.

Thomas Muller seria, igualmente, uma solução possível, até porque o atacante do Bayern Munique conhece bem aquelas zonas do terreno. Nesta eventualidade, Julian Draxler e André Schurrle espreitam uma vaga nas alas. Lukas Podolski apenas jogou 18 minutos no torneio, mas pela experiência e, claro, pela qualidade do seu pé esquerdo, será, igualmente, uma opção a ter em conta, ainda que mais remota.

Seja qual for o substituto de Gomez diante da França, é certo que toda a Alemanha se terá que adaptar a uma nova forma de jogar. A tentativa de fazer de Goetze um avançado centro não deu grandes frutos, em muito devido à falta de automatismos da equipa para "saber" jogar com ele. Será diferente na meia-final de quinta-feira, no Vélodrome?

Fotografia: Direitos Reservados

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