Já com Old Trafford no pensamento, Jesualdo Ferreira poupou nos esforços dos internacionais sul americanos do plantel, deixando Lucho e Rodriguez no banco de suplentes. Para o onze inicial saltaram Mariano e Tomás Costa, aos quais se deve juntar o nome de Ernesto Farías, que fez as vezes do castigado Lisandro Lopez.

Do lado dos "conquistadores", Cajuda apostou no modelo da Luz, preenchendo o meio-campo com quatro elementos, deixando Marquinho e Roberto em posições mais avançadas. O problema para o Vitória de Guimarães é que Flávio Meireles, devido a castigo, falhou à chamada para a partida, sendo substituído por um Custódio claramente ainda à procura da melhor forma.

Foi assim sem surpresa que o F. C. Porto tomou as rédeas do encontro desde muito cedo, alicerçado nas investidas de Hulk e nos movimentos de ruptura de Mariano. E foi já sem Lionn em campo, lesionado com gravidade, que Farías viu Nilson negar-lhe o golo, naquela que foi a defesa da tarde para o brasileiro.

A turma portista ia carregando sobre a defensiva vimaranense mas, ironia das ironias, seria o Vitória a chegar à vantagem no marcador, por intermédio de Roberto. O atacante brasileiro aproveitou da melhor forma um cruzamento de Milhazes, e com um toque precioso de pé esquerdo, fez o 1-0.

A vantagem parece ter inibido os jogadores da casa, que raramente voltaram a incomodar Hélton até final. Já o F. C. Porto continuava a coleccionar flagrantes oportunidades de golo, com Farías de novo em grande evidência. O atacante argentino teve de esperar até ao início do segundo tempo para deixar a sua marca no desafio, altura em que restabeleceu a igualdade. Estavam justificados os pedidos de mais minutos de competição, do "tecla das pampas" a Jesualdo Ferreira, depois deste importante golo.

Com o anular da desvantagem, os "dragões" mantiveram o ritmo na busca pela vantagem, que seria alcançada apenas seis minutos após o empate, através de Mariano. O argentino aproveitou uma série de erros defensivos da equipa da casa, e com um pontapé de recurso fez o 2-1 favorável aos forasteiros.

A partir daqui, o F. C. Porto passou a dominar o jogo a seu bel-prazer. Amarrado pela teia portista, o Vitória de Guimarães era presa fácil para o dragão, que abatia qualquer tentativa de rebelião vimaranense. E foi já com Lucho e Roríguez em campo que o campeão nacional fecharia as contas do desafio, quando Rolando, de cabeça, fez o 3-1 final. O defesa redimiu-se de alguns erros posicionais cometidos durante o encontro, fazendo um golo de belo efeito.

No final, vitória tranquila dos "dragões", frente a uma equipa vimaranense uns furos abaixo daquilo que fez no Estádio da Luz na jornada transacta. O triunfo permite ao F. C. Porto manter uma vantagem tranquila no topo da classificação, numa semana em que jogará a primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões, em Manchester. Já o Vitória vê o objectivo europeu abalado, podendo, no pior dos cenários, chegar ao final da 23ª jornada já a nove pontos do quinto posto da tabela classificativa.